top of page

A mão que ergue a Barra

    Quando nasci, em 1989, recebia muito mais visitas, a luta tinha sido grande, muitos lutaram e morreram. O sangue que escorria por mim pertencia a uma nação, vidas e histórias passavam por mim todos os dias. Algumas histórias causavam choro e desespero, outras alegria e comemoração, muitos acham que nossa luta terminou, mas ela ainda está presente no nosso dia a dia. Sou a mão que sangra pela luta da América Latina.

    Aqui a tristeza não tem vez, a alegria é constante, a mão acompanha o ritmo da dança e sangra pela cultura. Nessa quadra todos vestem a camisa verde e branca e histórias são transformadas. Sou a mão que luta pela cultura.

     Trabalhei por muitos anos na fábrica dos Matarazzos, uma família de prestígio que perdeu tudo. Naquela época, a vida para nós era muito difícil, lutamos muito para conseguir o que temos hoje, uma luta persistente. Sou a mão que sangra pelos trabalhadores.

     Antes era chamado de Theatro São Pedro, vejo muitas histórias reais e fictícias passarem por aqui. Na ditadura, grupos que lutavam por um futuro melhor vinham até mim, pude observar a vitória dessa batalha, mas novas delas continuam a ser travadas. Hoje, orquestras se reúnem aqui para expressarem-se. Sou a mão que luta pela liberdade.

      Aqui as mãos se unem para construir um futuro mais digno para a sociedade, desde mãos que levantam a barra da calça para não molhar nas inundações até as que dirigem para longe do problema. A luta será sempre presente em nosso bairro, mas a enfrentaremos. Sou a mão que constrói, trabalha, luta e sangra pela Barra Funda.

crônica

Por:

Júlia Giordano n°18

Marianna Ramires n°25

Sara Kelly n°33

bottom of page